2. Talvez você ache que cada purificação necessária só acontecerá nesta vida, e portanto não tem necessidade duma purificação final. Mas, quais versículos ensinam que toda purificação vai acontecer antes da morte de cada cristão? Quais implicam isso? Na verdade, tem versículos que implicam o contrário. Então, agora, ter visto o que Purgatório realmente é, gostaria falar da base da doutrina nas Escrituras Santas, na história da Igreja cristã e em bom raciocínio.
A. Primeiro, a doutrina tem base na Bíblia…
Mateus 12:31-32
31Portanto vos digo: Todo pecado e blasfêmia se perdoará aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada. 32Se alguém disser alguma palavra contra o Filho do homem, isso lhe será perdoado; mas se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste mundo, nem no vindouro.
Aqui, Jesus diz que o pecado grave de blasfêmia pode ser perdoado, “mas se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste mundo, nem no vindouro.” Então, vemos que há um pecado que não permite perdão (porque pela natureza dele, exclui o querer de perdão no ofensor). Jesus disse que este pecado exclui perdão neste mundo somente? Não, mas excluí-a também no vindouro. A implicação lógica é que outros pecados podem encontrar perdão neste mundo e no vindouro. Mas como pode ter pecado perdoado onde não tem pecado? Certamente não tem pecado no Céu. Também temos certeza que pecados no inferno não serão perdoados. Então, o que Jesus fala pelo menos implica que tem mais perdão que chega no mundo que vem. E isso mesmo faz parte da idéia de Purgatório.
Alguém pode dizer, “Mas, todos pecados foram perdoados na cruz,” ou “todos eles foram perdoados quando se aceita Jesus.” Se esta objeção quer dizer que não temos que buscar perdão agora quando pecamos (e ninguém pode negar que pecamos, certo?), então a objeção nega o que Jesus e os apóstolos ensinavam claramente: que temos que pedir perdão. “Perdoa-nos nossos pecados,” Jesus disse a orar; e o santo apostolo promete que, pelas orações dos presbíteros, se algun de nós cometeu pecados, “ser-lhe-ão perdoados” (Tiago 3:15).
Talvez alguém diga que Purgatório envolve pagamento de pecado, e é essa idéia que está contrária à verdade que Jesus fez pagamento de pecado na cruz. Mas, é a verdade que, em sentidos totalmente consistentes com o pagamento final e perfeito de Jesus na cruz, todos nós pagamos agora rotineiramente por nossos pecados. Eu vejo pelo menos quarto maneiras que pagamos.
1.) Primeiro, cada vez nós pecamos nós fazemos nosso próprio caráter menos puro, e menos capaz resistir tentação futura (a menos que recebemos graça).
2.) Uma segunda maneira pagamos é que, para salvar-nos de nossos pecados, o Deus de amor permite sofrimento entrar noassas vidas para tratar o caráter. Isso também é um pagamento por causa de pecado. Não é pagamento com respeito a ser perdoado ou não, mas com respeito a mudar o nosso jeito e levar-nos para humildade. Isso é a misericórdia de Deus:
6pois o Senhor corrige ao que ama, e açoita a todo o que recebe por filho. 7É para disciplina que sofreis; Deus vos trata como a filhos; pois qual é o filho a quem o pai não corrija? 8Mas, se estais sem disciplina, da qual todos se têm tornado participantes, sois então bastardos, e não filhos. 9Além disto, tivemos nossos pais segundo a carne, para nos corrigirem, e os olhavamos com respeito; não nos sujeitaremos muito mais ao Pai dos espíritos, e viveremos? 10Pois aqueles por pouco tempo nos corrigiam como bem lhes parecia, mas este, para nosso proveito, para sermos participantes da sua santidade (Heb. 12:6-10).
E lembre bem: sem santidade “ninguem verá o Senhor” (Heb 12:14).
3.) Além disso, e terceira, quando nós pecamos, nós provavelmente tenhamos que fazer outro tipo de pagamento: as consequências naturais dos nossos pecados que muitas vezes trazem sofrimento.
4.) E nós pagamos até mais numa outra maneira. Este quarto pagamento é necessário: nós nos arrependemos. Mas arrependimento não é só palavras, é fazer penitência mesmo. É preciso, como a Bíblia diz, produzir “frutos dignos de arrependimento” (Lucas 3:8).
Em fim, se todo este pagamento ocorrem nas vidas dos salvos aqui, neste mundo, porque não sofrermos no próximo, a fim de que um amado de Deus que morre não aperfeiçoado ainda pode ver ele face a face e viver? Purgatório é misericórdia, assim como é cada momento nesta vida.
1 Coríntios 3:11-15
Estes versículos são os mais claros que ensinam sobre uma purgação final. Dizem assim:
11Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo. 12E, se alguém sobre este fundamento levanta um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, 13a obra de cada um se manifestará; pois aquele dia a demonstrará, porque será reveldada no fogo, e o fogo provará qual seja a obra de cada um. 14Se permanecer a obra que alguém sobre ele edificou, esse receberá galardão. 15Se a obra de alguém se queimar, sofrerá ele prejuízo; mas o tal será salvo todavia como que pelo fogo.
Como será este acontecimento inevitável, não sabemos, mas tem coisas claras para notar. O fogo aqui é de julgamento mesmo. Vemos que ocorre “naquele dia” e é uma provação das nossas obras. Note também que o que vemos aqui conforma-se o que foi dito acima, que Purgatório não antecipa o julgamento, nem constitui uma segunda chance obter redenção ou salvação. Será uma provação final com respeito a vida no Céu. E terá aquele salvo que “sofrerá prejuízo...como que pelo fogo.” Afinal, veja dois fatos: Primeiro, esse sofrimento não é de inferno, claro, pois a pessoa é salva. Segundo, isso não ocorre no Céu, pois não tem sofrimento no Céu (veja Ap 7:17 e 21:4). . Então, temos que concluir que a Bíblia descreve um terceiro estado: é um estado ou acontcimento de julgamento, até um “fogo,” mas um que é temporário e no qual sofrem só alguns salvos antes de irem ao Céu. Isso, simplesmente, é o que é Purgatório.
1 Pedro 4:12-18
12Amados, não estranheis a ardente provação que vem sobre vós para vos experimentar, como se coisa estranha vos acontecesse; 13mas regozijai-vos por serdes participantes das aflições de Cristo; para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e exulteis. 14Se pelo nome de Cristo sois vituperados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória, o Espírito de Deus. 15Que nenhum de vós, entretanto, padeça como homicida, ou ladrão, ou malfeitor, ou como quem se entremete em negócios alheios; 16mas, se padece como cristão, não se envergonhe, antes glorifique a Deus neste nome. 17Porque já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus; e se começa por nós, qual será o fim daqueles que desobedecem ao evangelho de Deus? 18E se o justo dificilmente se salva, onde comparecerá o ímpio pecador? 19Portanto os que sofrem segundo a vontade de Deus confiem as suas almas ao fiel Criador, praticando o bem.
Aqui o santo apóstolo não fala d’um julgamento após a morte, mas o cotexto presente é sofrimento de cristãos como julgamento. E isso é muito importante, eu acho, para entender a necessidade de Purgatório. Olha no versículo 17. Quem está sofrendo? A “casa de Deus”: cristãos. E o que, pelo menos em parte, é o motivo deste sofrimento? “Julgamento”. Como é que sofrer por ser cristão é na mesma vez um sofrer de julgamento? Não é que Jesus sofreu em nosso lugar? Sim. Ele pagou pelos nosso pecados. Ele sofreu por nos, todo cristão crê isso, ou seja, todas tradições cristãs ensinam isso. Mas todos os cristãos devem crer, também, que sofrer faz parte ser salvo, pois a Bíblia ensina isso, como nós vemos no versículo 13, 18 e 19. Notamos, porém, que nosso sofrimento é tal que é participar no sofrer de Cristo. Todo nosso processo de se purificar involve sofrimento e é uma participação no sofrer de cristo. Purgatório é isso: é a aplicação da cruz a nós. E é necessário por alguns salvos. Quem é salvo sofre um julgamento, ele “padece” sim, mas se ressucita também porque o salvo está em Cristo.
Enfim, há um base bíblica para a crença que Purgatório faz parte da redenção de alguns salvos.
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