Thursday, April 16, 2009

Purgatório - Parte V: A Base em Razão

C. Base na razão...

A lógica de Purgatório é simples. Purgatório é uma necessidade que segue dos fatos de quem Deus é, de quem nós somos, e do que é ser finalmente salvo.

Nós sabemos por revelação divina que Deus é completamente santo e que nenhum pecado pode estar na Sua presença gloriosa. Também sabemos que a salvação que Jesus traz é salvação do pecado em si mesmo. Essas duas verdades reveladas combinam perfeitamente dum ponto de vista lógico: se nenhum pecado pode estar na presença gloriosa de Deus, e se o objetivo final de Deus para nós é que estaremos com Ele na Sua Gloria, então segue logicamente que Jesus tem que salvar-nos de nossos pecados; quer dizer, nossa pecaminosidade tem que ser totalmente erradicada. Entra mais um fato. Revelação divina e experiência também nos ensinam que nós continuamos pecar mesmo depois de conversão para Cristo. Lembre que pecado não é só ação, mas é atitude, falha, desejo, pensamento, que se guarda no coração. Então a pergunta é, como alguém que continua estar com algum nível de pecaminosidade pode ir para estar com Deus?

A resposta típica dos protestantes (embora há várias) é que Deus “nos vê atravez a justiça do Seu Filho” tal que, embora estamos ainda pecaminosos, Deus nos declara justos. O problema com essa resposta é que, se estamos verdadeiramente pecaminosos, não podemos estar com Deus no Céu. Não vamos pecar de vez em quando no Céu enquanto Deus fica chamando-nos justos. Isso é um pensamento absurdo e viola o que as Escrituras Santas ensinam. Não há pecado no Céu.

Então, o problema lógico é como é que alguém que colocou a fé em Cristo, mas morreu antes de ser purificado de pecado, foi para Céu? Pois, uma pessoa tem que ser absolutamente sem pecado para estar no Céu. Por clareza, vou pôr de novo a pergunta central e depois vou avaliar varias respostas:

Como pode alguém que coloca a fé em Cristo, mas morre antes de ser perfeitamente sem pecado, ir para Céu?

1.) Não vamos responder que somente aqueles que morrem já aperfeiçoados vão para o Céu, pois se fosse assim uma preciosa pequena quantidade de cristãos conseguiria; a maioria de nós seria perdida.

2.) Não vamos responder que morte física purifica-nos de pecado, ou todos quem morrem seriam salvos. Além disso, nós não podemos dizer que nossa morte tira pecado de nós, pois a morte é nada além da separação de corpo e alma, e pecado origina, e está feito, pela alma, por nossa vontade. Isso quer dizer que pecado é um problema da alma, não do corpo. Se alguém morre com pecaminosidade na alma, ela fica após a morte.

3.) Nem vamos dizer que meramente sendo um cristão basta. Ué? Não é que o sangue de Jesus, lavou a nós cristãos de nossos pecados? Sim, claro, mas em qual sentido? Ele certamente comprou nossa redenção. Ele certamente fez possível meu perdão. Mas a gente tem pecados que comete atravéz a maioria dos dias. Uma palavra grossa aqui, uma impaciência alí, um pensamento egoísta lá. Me dirá que nunca peca agora? Tá sem pecado já? Não diria isso, eu sei. Nem eu poderia. Nós ainda pecamos. Mas isso é exatamente do que precisamos ser salvos! A maioria dos cristãos não são sem pecado por muito tempo depois de se “lavar da regeneração e renovação pelo Espírito Santo” (Tito 3:5), e portanto ainda tem que ser salvos de alguma pecaminosidade, seja muito ou pouco.

4.) A única resposta rasoável com respeito a aqueles quem morrem com fé em Cristo, mas ainda sendo menos que perfeitos, é que Deus Ele próprio purifica tais pessoas de pecado antes de eles entrarem o Céu. Isto é a doutrina de purgatório.

Afinal, a purificação final é uma consequência necessária dos três fatos seguintes: (a) Deus é absolutamente santo; (b) por causa de pecado original e atual nós não somos santos; e (c) salvação verdadeira é, por graça somente, se chegar ser realmente e totalmente santo. A purificação final é necessária porque ela completa a salvação daqueles quem morrem antes de ficar totalmente sanctificados. Esta purificação final é ensinada na Bíblia (1 Cor. 3:11-15), e esta purificação é exatamente o que a Igreja Católica chama Purgatório.

Em resumo, Purgatório é lógico, bíblico, e sempre fazia parte da doutrina da “fé que de uma vez para sempre foi entregue aos santos” (Judas 1:3). Realmente, então, é a negação de Purgatório que merece a título “heresia.”

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